quarta-feira, 14 de março de 2012

ENTREVISTAS COM OS MORADORES


As entrevistas são de fundamental importância para o reconhecimento, resgate da cultura e valorização dos moradores da Ladeira de São João. 
Entrevistado 01: sexo feminino, 53 anos, morador da rua a 31 anos.
Entrevistado 02: sexo masculino, 72 anos, morador da rua a 72 anos.
Entrevistador: Samanta silva

Pergunta: Como era a Ladeira de São João desde quando começou a morar aqui?

Entrevistado 01: “A rua antigamente não tinha esgotamento nem pavimentação. As casas eram de tijolo e barro. A minha mãe dizia que a linha do bonde passava no “Caminho de baixo”, onde hoje é a Garibalde. No “Caminho de cima” que é a Avenida Cardeal da Silva de hoje, passava outra linha de bonde que ia até o Largo de São Gonçalo. Essa rua agora todo mundo conhece como “rua do vagão”, porque um dos vagões usados na linha do bonde tá lá até hoje, abandonado”.
Entrevistado 02: “A rua era toda de barro e pedra, muito esburacada. Quando chovia, tinha que descer para lavar os pés no riacho que tinha na rua de baixo para pegar o bonde. Ozório Vilas Boas, que foi vereador, foi quem consertou a rua. Essa rua sempre existiu. Fazia ligação com a “Pedra da Marca”, que depois passou a se chamar “Rodrigues Ferreira” e hoje é a Avenida Cardeal da Silva”.

Pergunta: E porque esse nome Largo de São Gonçalo onde é a Lavanderia hoje?

Entrevistado 01: “Porque o bairro tinha esse nome, hoje o nome é Avenida Cardeal da Silva. Já existia esse seminário aí, um Seminário para formação de padres, chamado São João Maria Vianey, e perto dele a Lavanderia São Gonçalo. A minha avó era a lavadeira das famílias tradicionais de Salvador”.
Entrevistado 02: “Essa Lavanderia era antes uma capela. Era a Capela de São Gonçalo. Mas o porquê do nome eu não sei”.

Pergunta: E a festa de São João sempre foi tradição aqui na rua?

Entrevistado 01: “Sempre! Desde menina, todos os moradores enfeitavam a rua e brincavam o São João”.
Entrevistado 02: “Sempre teve a festa. Era muita fogueira. Eu enfeitei durante muito tempo a rua, mas hoje não posso mais. Hoje já não existe mais. A reza de Santo Antônio na casa de Ana é tradição, mas antes o “santo” “rodava” todas as casas”.

 As entrevistas foram realizadas dia 08 de Março de 2012.

Um comentário:

  1. é muito importante mantermos contato com estas historias e conhecimentos, para que não se percam no tempo

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