As
entrevistas são de fundamental importância para o reconhecimento, resgate da cultura
e valorização dos moradores da Ladeira de São João.
Entrevistado
01: sexo feminino, 53 anos, morador da rua a 31 anos.
Entrevistado
02: sexo masculino, 72 anos, morador da rua a 72 anos.
Entrevistador:
Samanta silva
Pergunta:
Como era a Ladeira de São João desde quando começou a morar aqui?
Entrevistado
01: “A rua antigamente não tinha esgotamento nem pavimentação. As casas eram de
tijolo e barro. A minha mãe dizia que a linha do bonde passava no “Caminho de
baixo”, onde hoje é a Garibalde. No “Caminho de cima” que é a Avenida Cardeal
da Silva de hoje, passava outra linha de bonde que ia até o Largo de São
Gonçalo. Essa rua agora todo mundo conhece como “rua do vagão”, porque um dos
vagões usados na linha do bonde tá lá até hoje, abandonado”.
Entrevistado
02: “A rua era toda de barro e pedra, muito esburacada. Quando chovia, tinha
que descer para lavar os pés no riacho que tinha na rua de baixo para pegar o
bonde. Ozório Vilas Boas, que foi vereador, foi quem consertou a rua. Essa rua
sempre existiu. Fazia ligação com a “Pedra da Marca”, que depois passou a se
chamar “Rodrigues Ferreira” e hoje é a Avenida Cardeal da Silva”.
Pergunta:
E porque esse nome Largo de São Gonçalo onde é a Lavanderia hoje?
Entrevistado
01: “Porque o bairro tinha esse nome, hoje o nome é Avenida Cardeal da Silva.
Já existia esse seminário aí, um Seminário para formação de padres, chamado São
João Maria Vianey, e perto dele a Lavanderia São Gonçalo. A minha avó era a
lavadeira das famílias tradicionais de Salvador”.
Entrevistado
02: “Essa Lavanderia era antes uma capela. Era a Capela de São Gonçalo. Mas o
porquê do nome eu não sei”.
Pergunta:
E a festa de São João sempre foi tradição aqui na rua?
Entrevistado
01: “Sempre! Desde menina, todos os moradores enfeitavam a rua e brincavam o
São João”.
Entrevistado
02: “Sempre teve a festa. Era muita fogueira. Eu enfeitei durante muito tempo a
rua, mas hoje não posso mais. Hoje já não existe mais. A reza de Santo Antônio na
casa de Ana é tradição, mas antes o “santo” “rodava” todas as casas”.
As entrevistas foram realizadas dia 08 de Março de 2012.